Depois de um período de curtas férias para refrescar a memória e recobrar o fôlego para as batalhas da vida, assinalo com este texto o meu regresso ao convívio com os visitantes deste cantinho de reflexão jurídica.
Honestamente, não vai o caro visitante esperar que das referidas férias eu traga uma reflexão coroada de grandes rasgos de elaboração doutrinária ou profundas reflexões sobre a lei e o Direito Moçambicanos. Não! Passei as minhas férias tocando a vuvuzela, comendo pipocas, rindo-me e chorando ao sabor dos resultados da bola aqui na vizinha terra dos Zulus.
Mas também, como cidadão moçambicano que sou, fui à Direcção de Identificação Civil de Maputo, tratar do meu Bilhete de Identidade que há meses se encontrava fora de validade.
À chegada não quis acreditar no que estava a ver: uma enorme fila, partindo de uma ponta para a outra da rua, semblantes carregados, o desespero, a raiva estampada nos rostos!
Não eram mendigos à sexta feira, ou integrantes de um ajuntamento à porta de uma loja (mas bem que pareciam); eram cidadãos na fila, esperando a sua vez para tratar o novo Bilhete de Identidade!
Já no interior da sala onde começa o processo, numa sala de dimensões não superiores a dez metros quadrados, com as ventoinhas paradas, o s aparelhos de ar-condicionados desligados,gente se apinhava procurando um bocado de espaço para pisar.`
De certeza, se não fosse pelo receio do incômodo da interpelação noturna dos «cinzentinhas» ou pelo receio de perder muitas coisas para cuja aquisição é imprescindível a apresentação do bilhete de identidade, neste país pouca gente trataria aquele documento.
Num País onde há bichas para tudo, ninguém merece estar horas a fio numa fila que não anda.
Mas, como diz o povo, «fazer mais como»??
Caso para dizer: no país das bichas, a fila não anda!
um abraço e até breve!
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